Casas Abandonadas Muita gente cresceu assistindo ao desenho animado Caverna do Dragão. Para Liu, explorar uma casa abandonada era como entrar em um daqueles episódios cheios de mistério e aventura. Havia algo de mágico naquilo. As casas que ele costumava visitar pertenciam a seus avós e tios, que haviam se mudado para a cidade e as deixado para trás. O tempo fez seu trabalho: os telhados abrigavam morcegos, o interior era tomado por teias de aranha e o mato invadia os cômodos. Mas nada disso o assustava—pelo contrário, era exatamente o que tornava tudo mais emocionante. Liu e seus amigos transformavam essas incursões em desafios. Com uma baliadeira—como era chamado o estilingue por lá—tentavam acertar os morcegos e derrubar ninhos de marimbondos. Era uma missão arriscada. Às vezes, os insetos reagiam mais rápido do que esperavam, e alguém saía correndo com uma ferroada ardendo no rosto. Mas isso fazia parte da diversão. As casas abandonadas tinham um ar sombrio. Algumas eram tão ...
Esse conto se passa no interior do Nordeste, em algum lugar do brejo paraibano. O protagonista, Liu, era um garoto de 12 anos, pele morena, que morava em uma cidade pequena, mas passava a maior parte do tempo no sítio chamado Cachoeira. Liu era apaixonado por aventuras e histórias de terror contadas pelos mais velhos. Essas histórias o fascinavam, e ele sonhava em vivenciá-las, sempre buscando novas experiências no sítio. O que mais empolgava o garoto eram os filmes e séries que marcaram os anos 90 e 2000. Como todo fã de aventura, ele sentia a necessidade de explorar e experimentar essas histórias por conta própria. Quem nunca se imaginou sendo um Power Ranger, um Super Saiyajin, um ninja ou até mesmo um samurai? Tudo isso era inspirador e divertido, mas criar sua própria aventura era um objetivo a ser alcançado. Poder contar essas histórias para os amigos era algo empolgante. Liu gostava de animais, já que passava muito tempo no sítio. De todos eles, havia um que ele ...